Naquele sábado, Brumadinho fez tanta propaganda do bolinho de bacalhau do Perez para o Zé Maria que ele ficou realmente interessado em prová-lo. O detalhe é que Brumadinho, na sexta à noite, havia conseguido 4 bolinhos de graça e, confiante na bicaria, prometeu repetir a façanha. Zé Maria duvidava, e ele garantia:
“Tu vais ver!”
Ao final da programação dos Jogos Florais, baile da musa, etc e tal, lá fomos nós visitar de novo o “Rei dos Bolinhos”. Ao chegarmos, Brumadinho chamou o Perez e apresentou o Zé:
“Aqui está o grand’poeta que prom’ti te apresentair”. Após uma breve e animada conversa dos três patrícios, Perez foi cuidar dos bolinhos que fritava e Zé Maria, sentando-se à uma mesa, pediu a uma das garçonetes que trouxesse uma porção de bolinhos. Comemos, e foi apresentada a conta que o Zé pagou de cara feia. Ao sairmos, ele disse ao Brumadinho:
“Não disseste que íamos comer de graça?”
Brumadinho respondeu:
“E íamos mesmo, mas tu estragaste tudo, porque és uma besta! Deixasse comigo! Mas não... Ocupas uma mesa e pedes à rapariga uma porção... Assim é claro que vão cobrar! Não sabes como fazer as coisas... Tens muito que aprender comigo!”.
E a turra dos dois continuou, rua afora, até chegarmos ao hotel.
Sei dizer que, das minhas estadas em Nova Friburgo, nas festas dos Florais, essa foi a vez em que mais me diverti.
Guardo com carinho a lembrança das peripécias desses dois poetas lusitanos com quem tive o prazer de partilhar bons momentos.
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