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Rinha de Trovas


  • 1º Round
    Tudo começou com esse trovemail do Francisco Macedo (RN), para a escolha das melhores trovas:

    Nessa verdadeira "rinha",
    eu digo para vocês:
    Eu votaria na minha,
    se não fosse a dezesseis!

    Eu, Pedro Ornellas , mandei a resposta (a trova 16 é do mano dele):

    De brigas não tenho medo,
    mas quando a briga é trovando,
    Deus nos livre dos Macedo...
    - eles atacam de bando!

    Aí, a Gislaine Canales gostou da brincadeira...

    Esta “rinha” está gostosa,
    pois, vocês dois têm razão,
    motivos, para ser “prosa”...
    E, encontram a perfeição!!!

    A Carolina Ramos tentou fazer um acordo e sair de fininho...

    Eu, que não gosto de briga,
    caio fora no começo...
    e talvez assim consiga,
    no fim, a paz que mereço!

    A Verônica Martins também prefere não se arriscar, e mandou logo duas trovas:

    Já trombei com Ademar,
    fiquei pasma, desmaiei,
    como pode alguém trovar
    com a inspiração de um rei?

    E se trombar com Francisco
    eu vou é morrer de medo,
    não quero correr o risco
    de encontrar com os “Macedo”!

    Já a estratégia do Milton Souza é: "não pode com eles, junte-se a eles":

    Eu não costumo correr,
    mas não gosto de apanhar:
    quero ser, quando crescer,
    um Francisco ou um Ademar...


    O Zé Lucas, que conhece as feras, deixa um aviso:

    Afoito, Chico Macedo
    abriu guerra sem quartel,
    e louco é quem mete o dedo
    em presa de cascavel.

    A Ruth Farah também bateu em retirada:

    Com os Macedo não me meto:
    reconheço meu lugar...
    (Esses "cobras", em dueto
    não têm mais o que inventar...)

    Mas, peraí... parece que finalmente apareceu alguém macho o bastante para enfrentar a temível dupla de cangaceiros potiguares! (carma, Divenei, num tá veno que é só uma força de expressão?)

    Não sou boa no improviso,
    mas, também, não tenho medo
    e, siceramente, aviso:
    Macedo algum me põe medo...

    Agora fiquei preocupado... Coroné Macedo num vai dexá barato, não... vamo esperá pra vê.
  • 2º Round

    Eu bem que avisei! Agora o ômi ficou nervoso! Resposta do Francisco Macedo:

    Do meu “chão” faço a defesa,
    pois de mulher não apanho:
    Mulher minha é “cama e mesa”
    e aqui e acolá, um banho!

    O pior é que você desafiou os dois... e o Ademar Macedo não gostou...

    Já que eu também fui citado
    e a inspiração me sobra,
    Divenei, Tenha cuidado...
    Pisaste em ninho de cobra!

    E agora, Divenei? Será que seus amigos sulistas vão te socorrer?
    Xiii... se depender desses pindamonhangabenses cê tá na roça...
    Eles só sabem mesmo é fazer trocadilhos. Não conte com o Zé Ouverney...

    Macedo com Divenei
    desmontam qualquer enredo;
    eu, como sou Ouverney,
    não sou de ceder, mas cedo!

    E os conterrâneos, será que têm fibra pra enfrentar os terríveis Irmãos Macedo?
    Diz aí Juraci Siqueira:

    Só de na rinha pensar,
    eu chego a tremer de medo!
    Enfrentá-los? Nem pensar!
    Deus me guarde dos Macedo!!!

    Danou-se! Mas nem tudo tá perdido. Apareceu um paulista corajudo, cabra de peito, daqueles acostumados a pegar onça no mato pra surrar com cascavel! O nome desse cavaleiro intrépido e arrojado: Thalma Tavares:

    Se eu entrar nesta porfia
    nenhum Macedo me assusta.
    E se a arma for poesia
    entreverar não me custa.

    E pra mostrar que no nordeste também tem cabra raçudo, que não foge da raia (ou da rinha), eis que surge, batendo de frente com os Macedos, nada menos que ele: Haroldo Lyra:

    Enfrento enxame sem véu,
    não me intimidam abelhas.
    Das colméias puxo mel
    e dos Macedo - as orelhas!
    Nessas alturas, o Francisco Macedo prefere dar uma suavizada e manda um recado pra relienta da Divenei:

    Correr eu não correrei
    desta tão "gostosa rinha".
    Digo à mestra Divenei....
    "Abença" minha madrinha!

    Será que com isso vai esfriar a briga? Ou tem trovador afiando as esporas pra ver se os Macedos fazem jus à fama e têm munição na cachola?
    E a Divenei? Será que se escondeu? Vamos aguardar...

    3º Round

    Nesse 3º round quem se apresentou primeiro foi o cavaleiro andante Thalma Tavares, defendendo a mocinha...

    A Divenei não se esconde,
    é valente, é corajosa
    e de pé sempre responde
    esgrimindo o verso e a prosa.

    O Thalma tem razão... Divenei não se esconde, olha ela aí! Só que em vez de florete, ela empunha uma arma bem mais perigosa:
    a confiança na sedução feminina que bota debaixo da sola qualquer machão arretado do nordeste ou guasca peleador dos pampas...

    Não tenho medo, ao contar,
    (bom que saibam:) porque o medo
    não me faria aceitar
    ser RAINHA de Macedo...

    O Ademar é meu comparsa...
    Temo aumentar muito a sede:
    pois o danado (foi farsa?)
    já me ofereceu sua rede...

    Diva, não precisava ficar revelando esses particulares... tu vais dexá o ômi vexado...

    Tem nada não, pruquê a Carolina Ramos não só confirma o poder da supremacia feminina, como revela a astúcia da fêmea na questão de mostrar quem manda de fato...

    Não entro em briga de macho,
    e se a Divenei entrou,
    com talento, leva, eu acho,
    os louros que nem sonhou!

    Que ante a dama, o homem, de fato,
    mesmo que a sorte o bendiga,
    conhece o momento exato
    de ganhar "perdendo" a briga!

    Enquanto ela sugere que os Macedos entreguem os pontos, o Zé astucioso que só, acha que o abrandamento macediano é pura enganação...

    Isso de pedir "abença"
    é trama sutil e torta,
    Divenei, se você pensa
    que o Chico fugiu... Tá morta!

    E tem razão o Zé! Bastou cutucar o leão que ele esturrou e pulou da moita Ma-cedo do que a gente pensava:

    Sou igual o trem na linha...
    - Que esfria briga que nada!
    Quem se meter nessa "rinha",
    vai levar muita "trovada"

    Com verso faço um facão,
    e com rima, uma pexeira.
    Tenho a métrica na mão...
    - Nordeste é a minha trincheira!

    Quando o leão ruge, só se vê bicho na carreira... até peixe foge! Né memo, Darly Barros?

    Contra a dupla eu não me arrisco,
    - os irmãos têm conteúdo -,
    e , ante o Ademar e o Francisco ,
    sou só um peixe miúdo...

    Tal rinha eu não alimento,
    Só quem é maluco investe
    contra o inegável talento
    desses dois cabras da peste!

    Será que Humberto Poeta entra nessa briga de foice?

    Não entro, pois não sou tolo,
    nessa rusga em tom faceto;
    longe de mim esse rolo,
    nessa briga eu não me meto!

    E o Newton Vieira tem algo a dizer ou prefere ficar no seu cantim, quetim, como todo mineiro que se preza?

    Prefiro ficar na minha:
    entre o Francisco, o Ademar
    e a Divenei, numa rinha,
    acho melhor me calar!

    Dorothy Moretti, será que topa desapartar os briguento?

    Briga de "cabra-da-peste"?!
    Não boto nela o meu dedo;
    sou sapo aqui do Sudeste,
    que se ferrem... os Macedo!

    Roberto Acruche também prefere garantir a integridade do lombo, mas acredita que alguns vão encarar.

    Assim vou saindo fora
    e de longe vou olhar,
    é melhor correr agora
    do que ficar e apanhar.

    Porém... o Thalma e o Lyra...
    Vão querer continuar...
    Da briga, ninguém os tira...
    Não sei como apaziguar!

    Todo esse quiproquó chamou a atenção da Verônica Martins, que pra se safar, dá uma de repórter (policial):

    Debater como os Macedo
    se transformou em notícia!
    Se todos estão com medo,
    Isto é caso de polícia!

    Mas se muitos preferem ficar de longe por amor ao pescoço, outros dão mais que um boi pra entrar na briga... certificando-se, claro, de ficar do lado mais temido... é o caso da Elisabeth Souza Cruz:

    A coisa pegando fogo
    e eu por fora desta briga??
    Também quero entrar no jogo,
    fazer parte desta intriga!!!

    Já que entrei com muito atraso
    perdendo parte do enredo,
    já vou revelando um caso...
    - sou amiga de Macedo!

    Esta dupla é de lascar
    e a eles ... troféu concedo...
    por Francisco ou Ademar,
    tanto faz... tudo é Macedo!
    Elogiar também vale pra ficar de boa... essa é a estratégia do Nilton Manoel:

    Cosme e Damião da trova...
    fundaram até cidade!
    um na aurora se renova
    o outro? é bom de verdade!

    Outros pra apaziguar até misturam atributos lá de riba com os lá de baixo... pexeira com bombacha, chimarrão com chapéu coco... e por aí vai, num é, Lothar Bazanella?

    Mas ôigale briga linda
    que gera versos, não morte,
    dos trovadores de Pinda
    com os gaúchos do norte!
    E no mei de tanto caba froxo, té que einfim apareceu um nordestino da venta roxa.

    O nome dele é Francisco Pessoa, e ele pega pesado:

    Não entendí porque "RINHA"
    pra construir esse enredo,
    pois essa dupla galinha
    até de galo tem medo!

    Sei não, mas acho que o Pessoa tá sentindo arguma tremedeira nos Macedo, pruquê um deis nem deu as cara nesse round...

    Será que vão amarelar??? Será que tão sem munição???
    Sei não... tudo pode acontecer... vamos aguardar!
4º round
Iniciamos dando a palavra ao Humberto Poeta, que avaliou assim a ausência do Ademar:
Se alguém da grei dos Macedo
mantém-se alheio a estes papos,
é porque morre de medo
de tomar alguns sopapos!

Xii, rapaz, cê falou cedo demais… Ademar Macedo num é ômi de ter medo…
Pode acreditar, irmão,
o cangaço nos reveste;
pra defender nosso chão
somos dois cabras da peste!

A Heloísa Crespo “viu” a briga lá no site do nosso amigo José Feldman, o “Singrando Horizontes”. Ele tá acompanhando par e passo a peleja. Publicou os 3 rounds anteriores e ilustrou a trova inicial.
Ficou bão demais, oceis precisa ver… dá uma oiada, clicando no link:
http://singrandohorizontes.blogspot.com/2011/01/pedro-ornellas-rinha-de-trovas-1o-2o-e.html
A Heloísa que prefere assistir, avalia a posição dos 25 que se envolveram na refrega:
Estou muito admirada
com a Rinha pegando fogo.
Tem gente dando risada
do bravo e do demagogo.

E continua aparecendo cupincha dos Macedos… Deth Haak “A poetisa dos Ventos” mandou dizer:
Não fico chupando os dedos
aqui na beira do mar,
pupila sou dos Macedos
nesta rinha quero entrar!

Já o recado do coroné Francisco Macedo foi para o Pessoa:
Fosse Pessoa, não vinha…
Mas se vem, vou enfrentá-lo.
- Não há lugar pra galinha,
na ”rinha” só entra galo!
Haroldo Lyra que prometeu puxar as orelhas de tudo quanto é Macedo do nordeste, tem medo não…
Retiro o que eu disse ontem
sobre essa dupla folgaz.
Puxar orelhas? Não contem!…
Orelhas já não tem mais.
O Haroldo também tem sangue de cangaceiro, Cônsoli. Mais ocê num tem não… tá brincando com fogo!
Eu não conheço os Macedo,
um dia vou conhecer!
Vou lhes fazer tanto medo,
que vou pô-los pra correr.

A Divenei tá até o pescoço nesse balaio de gato. Mas ela é tinhosa… continua marruda:
“Fugir?, eu? Nem morta…. Nem da morte eu tenho medo… vou temer uns Macedinhos?…”
O Chico Macedo é um galo…
Canta verso o dia inteiro…
Olhem, sei bem do que falo,
sei bem do seu “galinheiro”…
O Ademar me achincalhou,
mostrando que é (?) cabrau mau…
Dura na queda, eu lá vou:
mato as cobra e… mostro o pau!

Zé Lucas já sentiu o poder de fogo dessas meninas… e dá um conselho pro’s Macedos:
Com mulheres nesse enredo,
nós, machos, ficamos tontos…
Se eu fosse a dupla Macedo
já tinha entregado os pontos.
Ah, mas isso os Macedos não vão fazer não! Entregar os pontos? Nunca! O Thalma avisa:
Aviso, não é brinquedo
entrar nessa entreverada,
que a corneta dos Macedo
não dá toque em retirada!

E num dá memo! Por isso que na opinião do Roberto Acruche, não foi uma boa a provocação do Francisco Pessoa…
Francisco deu uma pisada
isso é provocação,
dizer que a dupla é de nada
vai gerar mais confusão!
O Ademar está armado
com facão e com peixeira…
Francisco, tome cuidado,
pra não cair na trincheira!

Mesmo assim, óia só quem tá peitando os dois potiguares malucos: Dorothy Moretti, a sorocabana! Ela diz:
“se o entrevero continua, entro com tudo”
Não tenho medo, esconjuro
esses dois morubixaba.
“Briga de foice no escuro?!”
Topo!!! Eu sô di Sorocaba!

Num sabia que sorocabano era doido… Juízo tem a Verônica Martins, que não se arrisca de graça…
Poeta do amanhecer,
_ também vale para o Chico,
estou vendo o chão tremer
e nessa arena eu não fico!
E quer saber? Você que tá certa, acho que não foi prudente mexer com esses dois…
Ademar Macedo num gostô não, e resolveu apelar! Se não puder ganhar na trova, vai usar outros meios:
A guerra, eu sei que é sadia,
mas vou usar de mutreta,
deixo de lado a poesia
e vou brigar de “muleta”.

Depois dessa, vou resumir minha proposta de cessar fogo:
Na rinha armada por Chico
Ademar depressa chega,
e o tropel de espora e bico
foi um sucesso da pêga.
Um bocado vei cum tudo
pra riba dos dois Macedo…
Outros dissero: “Eu ajudo!”
- e um bando correu di medo!
Dispois que atiçaro o fogo
dispois que o fogo alastrou,
arguns entregaro o jogo
na hora que o pau torou!
Valia tudo no embalo
- a jiripoca piou!
Galinha cantou de galo,
e galo cacarejou!
Na desgracera prevista,
depois de tanta bicada,
tem galo perdendo a crista
e munta espora lascada!
Tá fazendo história a intriga
dos Macedos contra “rapa”,
mas o bom é que essa briga
é de trova e não de tapa!
E é fazendo parte agora
da turma do “dexa disso”
que eu digo: Já tá na hora
de botá fim nesse enguiço!
E qual foi o resultado?
Disso eu não faço segredo:
Ficou mais do que provado:
não se brinca com Macedo!
Proponho então que esses dois,
esses dois “cabras da peste”
sejam declarados, pois,
os bambambans do nordeste!

Convido todos a dar seu parecer e deixar seu recado de despedida numa trova.
Abraços!
Pedro Ornellas

3 comentários:

  1. Aqui ninguém quer brigar
    pra não correr nenhum risco;
    sendo assim... Viva o Ademar!
    Viva também o Francisco!

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  2. Astúcias travadas na rinha de trovas,
    eternos memoriais,
    "Artes de Pedro" salve e salva,
    esses poetas geniais.
    edilson celestino

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  3. Na simples opinião minha
    ao estar entre tantos leitores,
    é que, quem ganhou foi a "rinha"
    com essa briga de Trovadores!...

    Nessa "briga" tão sadia
    repleta de tanatas provocações,
    quem ganhou foi a poesia
    com esse mar de inspirações !


    - Henrique Eduardo -

    Águas LindAS DE gOIÁS - go -

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