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quinta-feira, 29 de setembro de 2011

Histórias: O Rei dos Bolinhos - parte 1

Durante as festividades dos Jogos Florais de Nova Friburgo, certa vez tive como parceiros de quarto, no hotel, a dupla lusitana José Maria Machado de Araújo e Santos Teodósio (o Brumadinho). Foi muito divertido! Brumadinho passava o tempo todo provocando o Zé Maria e criando situações engraçadas. Após a programação de sexta-feira, quase meia noite, saí com Brumadinho em busca de um café e nada de achar. Numa derradeira tentativa, por uma transversal da avenida, demos com um local que foi um verdadeiro achado para ele. A casa típica ostentava o letreiro “O Rei dos Bolinhos”. 
A especialidade: bolinho de bacalhau. 
Brumadinho logo entrou em conversa animada com o proprietário, Perez, também português, descobrindo afinidades e falando sobre a terrinha. Patrício pra lá, patrício pra cá... Amizade instantânea!
Falou sobre os Jogos Florais, que Perez já conhecia, e como era típico dele, arrumou pra minha cabeça, dizendo: “Este aqui é o Pedro Ornellas, um grande trovador, e pra te provar ele vai fazer na hora uma trova pra tua casa de bolinhos.” 
Não tive outra alternativa, o jeito foi pensar rápido. Fiz a trova:

Se um bom bolinho tu queres
regado a excelente vinho,
procure em Friburgo, o Perez,
famoso Rei dos Bolinhos. 

Perez gostou tanto que prometeu colocá-la num quadro, no estabelecimento.
Brumadinho dizia com muito entusiasmo: 
“Eu não t’disse, rapaz! Trovador não nega fogo... Aqui tem café no bule!”, e pegando a “minha” programação dos Jogos Florais, deu-a ao Perez, convidando-o para estar presente. Elogiou efusivamente o “patrício” pelo bom gosto, decoração e atendimento que observou ali. Mal sabia eu que toda aquela bajulação fazia parte de um plano astucioso do meu colega luso, uma figuraça! Não perca a continuação da história.

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