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quinta-feira, 14 de julho de 2011

CAUSOS 1: Consertando trovas

Olympio Coutinho é veterano no movimento trovista. Sumiu por uns tempos mas voltou, a todo vapor.
No tempo em que se aceitava rima simples fez belas trovas, mas com o tempo veio a cobrança por rimas duplas. Sobre isso ele conta 3 historinhas:

“1) Em 1959, então com 19 anos, fiz esta trova:

Eu sempre que vou roubar
as galinhas dos vizinhos,
fico com pena dos órfãos:
trago, também, os pintinhos.

Ela rodou por aí e foi parar até num livro em que o Ouverney anotava trovas quando saindo da adolescência (estava como anônima) ... o Assis a conhecia, pois fomos meio contemporâneos ali por volta de 1960/61/62. Recentemente, quis incluí-la em uma antologia editada pela UBT BH, mas foi brecada... Daí, tentei dar-lhe o formato atualmente exigido. Ficou assim:

Eu sempre que vou roubar
as galinhas dos vizinhos,
para órfãos não deixar,
trago, também, os pintinhos.


2) Em 1961 ou 62, em uma casa da Tijuca, no Rio, onde os trovadores de então se encontravam às quintas-feiras, eu, menino, fui lá: lembro-me, ainda que vagamente, da presença do Luiz Otávio, creio que do JG, do Aparício (que procurei no banco onde ele trabalhava e me convidou para a tal reunião), do João e do Colbert Rangel Coelho e outros que a memória não guardou. O Luiz Otávio, o JG e o Aparício já conheciam algumas trovas minhas e já haviam me escrito incentivando o jovem trovador. Entre as trovas, havia a seguinte, que já havia sido elogiada:

Quisera ser qual o pássaro
que no laranjal faz ninhos;
constrói a felicidade
dentro de um monte de espinhos.

A briga boa foi da turma tentando colocar rima dupla na bichinha... tentaram, tentaram e acabaram dizendo mais ou menos o seguinte: "Deixa como está; é boa assim mesmo!"”

3. Elogiei a trova abaixo, dizendo que pode ser usada como exemplo de perfeição numa trova imperfeita. Explico: repete uma rima, e as outras duas são rimas pobres. Mas o “achado” é espetacular! 

Eram alegres meus olhos    
e tristes eram os teus,
por serem tristes teus olhos   
ficaram tristes os meus.

Porém o que valoriza ainda mais a trova é a sua história, que ele conta: “Essa trova também foi brecada para a antologia dos trovadores da UBT-BH, pela rima ‘olhos e olhos’. No entanto, eu também gosto muito dela, inclusive porque foi feita para uma certa namorada que eu tive em Ubá e que realmente tinha olhos tristes que me inspiraram.
No entanto, ela foi premiada entre as três vencedoras (eu o único brasileiro: os outros dois portugueses) 
nos I Jogos Florais da Comunidade Lusíada –Menção Honrosa - São Paulo (SP) - 1965. Eu tinha 25 anos, já estava casado com a musa inspiradora da trova e já morava em BH.”
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