CARRO DE BOIS
Eu sinto a mansidão de um boi de carro
e meu carro de bois roda mansinho
por mais íngreme e hostil seja o caminho:
às vezes só de pedra, outras de barro.
Sabemos, eu e os bois, que há um passarinho
cantando em cada arbusto em que me esbarro.
Do cheiro do gambá não me desgarro...
Mas ouço, de uma fonte, o burburinho!
Eu sou carro de bois rodando agora
caminhos que a saudade, mundo afora,
abriu, redesenhando o meu sertão.
A mata com veredas tem meu jeito:
veredas são as veias no meu peito
bordando esse meu triste coração!
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