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quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

Juraci Siqueira lança livro/cordel

Juraci Siqueira lança, pela Paka-Tatu, obra premiada no MinC, dia 01 de fevereiro.
   O cordel é o embrião de toda a trajetória de Antonio Juraci Siqueira na literatura. Foi com a leitura das narrativas impressas nos rústicos folhetos que esse poeta, trovador e cordelista da Amazônia se embrenhou nas entranhas da atividade literária. “Tudo começou, passou e permanecerá atrelado a ele, mesmo quando trabalho outro tipo de composição que, aparentemente, nada tem a ver com esse gênero”, explica. O mais recente trabalho de Juraci mergulha novamente nesse universo, é o livro/cordel “O Chapéu do Boto e O Bicho Folharal”. Publicado pela editora Paka-Tatu, ele venceu o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel 2010 – Edição Patativa do Assaré. O folheto será lançado no próximo dia 1º de fevereiro, às 19h, no Instituto de Artes do Pará.
   Autor de pelo menos 80 títulos individuais publicados entre folhetos de cordel, livros de poesia, contos, crônicas, além de outras vertentes, aos 63 anos, Juraci Siqueira é, acima de tudo, um contador de histórias. Quando garoto, era ele quem lia para os vizinhos e parentes os folhetos de cordel que o padrasto comprava no Ver-o-Peso e levava para a casa da família em Cajary, localidade no município de Afuá, no Marajó.
   “Aprendi a ler e escrever na Escola São José do Cajary, localizada às margens do Cajary, rio  paraense que empresta seu nome à localidade. Meu contato com a literatura deu-se, principalmente, através dos folhetos de cordel. O papel mais importante dessa literatura foi sua atuação como mediadora de leitura e oralidade, já que ao ler várias vezes o mesmo folheto para diversas pessoas, acabava por decorá-lo no todo ou em parte. Anos depois, como mediadora inconsciente da escrita, pois minha afinidade com a métrica e com a rima veio em decorrência dessas leituras”, avalia.
   A publicação das histórias de “O Chapéu de Boto” e “O Bicho Folharal” é resultado da aprovação no edital do Ministério da Cultura (MinC) voltado para o segmento cordelista, o Prêmio Mais Cultura de Literatura de Cordel – Edição Patativa do Assaré. As obras, reunidas agora em livro/folheto e ilustradas por Arerê Marrocos, integram os dez primeiros colocados no edital – ao todo foram 87 classificados. É uma das mais recentes vitórias desse “Filho do Boto” vencedor de outras 200 premiações literárias em âmbito local e nacional.
    Narrativas que enchem de poesia o imaginário popular da cultura brasileira, os textos foram construídos especialmente para os leitores infanto-juvenis – o que não impede a leitura do resto da família. Em “O Chapéu de Boto”, Juraci resgata nossa mais tradicional lenda da floresta, e dos rios amazônicos, e reveste de rima e aventura. No caso de “O Bicho Folharal”, ele adapta o popular conto brasileiro para o território do cordel e vai além. “Procurei evidenciar a nossa fauna levando um grande número de animais para o velório da onça”, destaca. E tudo cercado por um enredo de muita ação, mistério e humor.
   “O Chapéu de Boto” e “O Bicho Folharal” retratam com simplicidade e leveza a força o cordel da Amazônia. Mantêm as características do passado, mas não se desconectam das transformações do mundo, entre elas da própria literatura. Para os puristas o livro/cordel de Antonio Juraci Siqueira poderia insultar a tradição, ao quebrar a estética dos rústicos folhetos de até bem pouco tempo atrás. Mas a essência – a maneira como a história é contada – permanece fiel aos cordéis de antigamente. “O gênero extrapolou a forma e hoje encontramos esse tipo composição em brochuras e até em encadernação com capa dura. Os cordelistas atuais já divulgam seus trabalhos via Internet para chegar ao leitor”, pondera.
   Nas palavras de Roberto Carvalho de Faro, que assina a apresentação do livro, Juraci une em sua escrita as referências do cordel brasileiro e as particularidades da região onde nasceu. Os dois trabalhos, na opinião, representam isso. “Emergem dos nossos rios e das nossas florestas para confirmarem a verve do autor no traquejo desembaraçado da arte da poesia popular”.
Sobre o autor   Antonio Juraci Siqueira nasceu em Cajary, no município de Afuá. É formando em Filosofia pela Universidade Federal do Pará, integra várias entidades literárias e culturais e atua como professor de Filosofia, oficineiro de literatura, performista e contador de histórias. Email: juraci_siqueira@yahoo.com.br/Blog: http://blogdobotojuraci.blogspot.com/

Um comentário:

  1. Mais um motivo para repetir a trova de Izo Goldman:

    "Para mantê-los me empenho
    porque penso sempre assim:
    tendo os amigos que tenho,
    eu nem preciso de mim..."

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